quinta-feira, março 28, 2024
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Cobol: A relevância contínua de uma linguagem de programação dos anos 60 no setor bancário

Criada especificamente para aplicações em finanças, o Cobol se destaca como a escolha principal de bancos, governos e instituições, oferecendo salários que chegam a R$ 20.000.

Alguma vez você se questionou sobre a persistência de certas linguagens de programação antigas no cenário tecnológico atual? O Cobol (Common Business Oriented Language) ilustra bem essa situação. Concebida em 1959 nos EUA por gigantes como IBM, RCA e Sylvania Electric Products, essa linguagem foi projetada para o desenvolvimento de sistemas financeiros, tornando-se rapidamente a favorita entre governos e instituições financeiras. Entretanto, a busca por profissionais jovens capacitados nesta linguagem está se tornando cada vez mais difícil.

Nimrod Riftin, CEO da Belago Technologies, enfatiza a contínua importância do Cobol, décadas após sua criação. Grandes instituições financeiras brasileiras, como Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, e até mesmo players internacionais como JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo, ainda recorrem a essa tecnologia.

Mas, o que sustenta a relevância do Cobol? Três palavras-chave: confiabilidade, escalabilidade e segurança. Uma pesquisa conduzida pela Micro Focus, uma companhia de TI, apontou que nove em cada dez organizações continuam a empregá-lo. Isso é respaldado por entrevistas com mais de mil profissionais em 49 países, indicando que diariamente são utilizadas entre 775 e 850 bilhões de linhas de código Cobol ao redor do mundo.

Além disso, aplicações Cobol podem ser transferidas para ambientes modernos como nuvem, .NET e JVM, mantendo o suporte em plataformas clássicas como mainframes, Linux, UNIX e Windows.

Para bancos e seguradoras, a permanência do Cobol se deve majoritariamente ao seu histórico nos sistemas vigentes. A transição completa para novas linguagens apresenta desafios significativos e custos elevados, considerando sua profunda integração nos processos e infraestrutura de TI existentes. No entanto, sua adoção tem sido limitada nos tempos atuais, principalmente devido à emergência de linguagens mais recentes, como Java e Python, que promovem soluções mais adaptáveis às exigências tecnológicas atuais.

A demanda por desenvolvedores Cobol, aliada à escassez de profissionais qualificados, gera oportunidades de alta remuneração. No Brasil, os salários para programadores Cobol podem chegar a R$ 24.000, com uma média salarial de R$ 21.500, conforme dados coletados pelo Glassdoor. “É um campo promissor para aqueles que procuram uma posição de destaque no mercado de tecnologia”, observa Nimrod Riftin.

Assim, apesar dos desafios, o Cobol permanece valorizado por sua capacidade de integração com mainframes e funcionamento em várias plataformas, facilitando uma transição suave para tecnologias emergentes, como a computação em nuvem.

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